Redes sociais da ABA:
Logo da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia
3 a 6 de agosto de 2016
João Pessoa - PB
UFPB - Campus I
GT 001: A GESTAO PUBLICA DA PROSTITUICAO: politicas, putas e conflitos nas arenas locais e internacionais
Apresentação Oral em GT
Fernanda Maria Vieira Ribeiro
Prostituição em cidades médias: organização política, invisibilidade(s) e políticas públicas
O município de Sobral, localizado a 230 km de Fortaleza, é considerada uma cidade de porte médio, com a maior economia do interior do Ceará e população de 201,756 habitantes, segundo dados do IBGE. Assim como nas capitais, o mercado do sexo é bastante variado, existindo tanto a prostituição na BR-222 como casas consideradas de “luxo”. A ASTRAS (Associação Sobralense das Trabalhadoras do Sexo), fundada em 2001 por Maria da Conceição Oliveira, é a principal organização que desenvolve works diretamente com a população de trabalhadoras e trabalhadores sexuais na cidade. Atualmente, com nenhum apoio financeiro do Governo do Estado, o único suporte governamental que tem recebido é a manutenção da sua sede pela Prefeitura de Sobral. As ações desenvolvidas são, sobretudo, voltadas para a prevenção de DST/AIDS, com distribuição de preservativo e gel nos principais pontos de prostituição, através de uma parceira com o Centro de Orientação e Apoio Sorológico (COAS), da Secretaria de Saúde e Ação Social. A forma como a atividade da prostituição é vista pela associação é ambígua, às vezes enfatizando a necessidade de capacitar essas profissionais para elas saírem “da vida”; mas com projetos que visam o empoderamento político e participativo desta população. Nesta pesquisa, levanto os seguintes questionamentos: como funciona o mercado do sexo nas cidades interioranas? Qual é o perfil dessa população e quem são os clientes? Como as organizações políticas e, particularmente, a ASTRAS, vê a prostituição e quais works desenvolve com o segmento? Como se dá a articulação da ASTRAS com outras organizações em nível estadual e nacional? Porque a invisibilidade das(os) profissionais do sexo perante o governo municipal e estadual? Mesmo superado o estigma sobre grupos de riscos, continua se reproduzindo as mesmas políticas de saúde obsoletas de HIV/AIDS para essa população? "